O acorde diminuto sempre foi um bicho de sete cabeças, principalmente para a improvisação e a Gravidade Tonal facilita bastante na escolha da escala de acorde.

O Conceito Lídio Cromático trata o acorde diminuto sendo um acorde maior com a terça alterada e faz todo sentido pensar desta forma, pois assim conseguimos ter mais de 40 escalas para este acorde.

Origem do Acorde Diminuto

George Russell demonstra que há, para cada acorde, uma escala em unidade, uma escala que dá origem ao acorde e a escala de origem do acorde diminuto é a Escala Lídia Diminuta, ou seja, a Escala Lídia com a alteração terça.

Pelo sistema tradicional o acorde diminuto é o VII da escala menor harmônica.

A Simetria e Novos Acordes Diminutos

O acorde diminuto é simétrico, ou seja, ele vira outro acorde diminuto quando invertido e a escala de F# menor harmônico é, no Conceito Lídio Cromático, uma variante de D Lídio Diminuto (representa o núcleo da consonância). Desta forma temos não só D Lídio Diminuto, mas B Lídio Diminuto e Ab Lídio Diminuto também.

D Lídio Dim.
B Lídio Dim.
Ab Lídio Dim.

Veja, facilmente descobrimos 8 escalas para um único acorde, pois sendo a escala menor harmônica uma variante da Escala Lídia Diminuta, então temos as escalas de F#, Eb, C e A menor harmônica.

Bom, por mais que o acorde “seja o mesmo”, a escala é diferente e ela remete a origem do acorde, ou seja,  D° não é F°, pois F° tem a sua origem F Lídio Diminuto.

A Gravidade Tonal do Acorde Diminuto

Eu disse que o acorde diminuto é visto como um acorde maior com a alteração na terça e que F° possui a sua origem F Lídio Diminuto, certo? Isso significa que esse acorde faz parte da família de F Lídio Cromático, ou seja, a Escala Lídia Cromática é um grupo de 11 escalas e podemos improvisar com qualquer Escala da Escala Lídia Cromática sobre este acorde, é muita possibilidade e cada escala irá gerar uma cor. Experimenta tocar a Escala de Fá diminuto e Fá Dominante Diminuta sobre o acorde de F° e depois compare com F Lídio Diminuto.

Som do acorde F°

Bem, uma vez que você está em outra Tônica Lídia, então você tem toda a Escala Lídia Cromática desta nova tônica para improvisar sobre um único acorde. Faça as contas, a Escala Lídia Cromática é um grupo de 11 escalas, certo? Definimos quatro tônicas (F, D, B e Ab) e com isso temos 44 escalas para improvisar sobre este acorde é muita possibilidade e o melhor é que todas estas escalas estão bem na nossa frente e de fácil acesso. Como dizia o Russell “aplique o seu julgamento estético”.

Improvisando Sobre o Acorde Diminuto

No sistema tonal o acorde diminuto é bastante usado como substituição do acorde de dominante, pois possui a mesma função e isso faz com que tenhamos sempre as mesmas progressões. Lembrando que há situações onde ele não resolve como Em7 Eb° Dm7, temos aqui uma típica progressão usando o acorde diminuto sem função de dominante, neste caso o Eb° = C Lídio Diminuto.

O Conceito não trabalha com função, mas com movimentação e isso já demonstra total liberdade no processo de harmonização e na escolha da escala, ou seja, a sua origem pode ser pela força passiva ou ativa, você decide. Veja o exemplo abaixo:

Você percebeu que F#° resolve no D7M? Não?!?!? Ouça novamente e perceba que há uma sonoridade conclusiva em cadência. Observe a melodia sobre o F#°, temos praticamente um arpejo de Am, certo? Não? Já sei, você disse D7, não foi? Se sim, não se preocupe, pois D7 é o modo II de C Lídio e o Am o modo VI e o F#° passa a ser o modo #IV de C Lídio Diminuto. Observe novamente a melodia com a nota mi e o acorde possuindo mi bemol, não soa mal e a razão para isso é a Gravidade Tonal, mas ao mudar as notas da melodia, o F#° deixa de ser modo #IV C Lídio diminuto e passa a ser modo I de F# Lídio Diminuto e com isso eu tenho novas cores.

Eu poderia ficar um bom tempo aqui demonstrando diversas possibilidades de cores (escalas) para o acorde diminuto, pois apenas o Conceito Lídio Cromático oferece tantas possibilidades e diversas sonoridades para um único acorde. A Gravidade Tonal supera a teoria tradicional em tudo que é aspecto. Você percebeu que em momento algum eu falei o nome dos “modos gregos”?

Veja mais sobre a relação escala – acorde nesta aula abaixo.

Apenas com a Gravidade Tonal você possui um leque de possibilidades para um simples acorde. Muito melhor que ficar decorando a mesma escala com sete nomes diferentes.

Grande abraço e vejo você em sala de aula!

2 comments

  1. Esse artigo é uma baita aula, o curso segue na mesma linha, só que em maior quantidade. Hehehe.

  2. CAIU NO UNIVERSO LIDIANO,JÁ ERA! KKKKKKKKKKKKKKK!

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