Quando pegamos um standard de jazz a escrita do real book é a mais simples possível, feita apenas para registro. Entretanto, ao tocar o tema livremente, o músico adiciona sua expressividade, ou seja, suas características interpretativas. No arranjo é a mesma coisa, só que o arranjador tem que escrever o que o músico vai tocar, especialmente quando tem mais de um instrumento tocando simultaneamente a melodia.
Vou utilizar um trecho do famoso tema All The Things You Are como exemplo.

Veja como soa monótono fugindo totalmente da estética do Jazz. Cabe ao arranjador melhorar isso swingando a melodia. E por onde começar?
Primeiro você tem que entender a estética e o conceito do Jazz (leia sobre conceito e estética no arranjo aqui!) e depois faça uma análise melódica.
Note que a melodia tem notas longas e repetidas. Para dar mais movimentação você pode articular usando a colcheia e antecipar algumas notas.

Veja que ao repetir as notas com a colcheia, a mesma fica swingada, já que faz parte do feel do jazz.
Outra possibilidade é usar síncopas.

Deslocando o tempo gera uma sonoridade sofisticada e soa bem mais jazzístico.
Você também pode adicionar notas, mas tem que tomar cuidado para não descaracterizar a melodia (você não é parceiro do compositor).

Geralmente eu faço dessa forma após o tema ter sido tocado, pois o ouvinte já vai estar familiarizado com o tema.
Veja como ficou as três formas comparando com a escrita original!

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Até a próxima!
Show de bola!
Continua com os artigos que estou curtindo e aprendendo muito contigo.
Abraços e sucesso!